quinta-feira, 30 de julho de 2009

ABRIGO PARA UM VIOLEIRO ANDANTE

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Abrigo para um violeiro andante
Marcos Quinan

1 – Sertão da minha alma (Marcos Quinan / Chico Sena)
Joãozinho Gomes / Val Milhomens / Zé Miguel / Amadeu Cavalcanti

2 - Pitunaipy (Marcos Quinan / Renato Gusmão)
Walter Freitas

3 - Santas mãos (Marcos Quinan)
Vital Lima

4 - Abrigo para um violeiro andante (Marcos Quinan / Eudes Fraga / Joãozinho Gomes)
Luli e Lucina

5 - Braço de rio (Marcos Quinan / Camilo Delduque)
Juraildes da Cruz e Eugênio Leandro

6 - Sua voz (Fernando Carvalho / Marcos Quinan)
Letícia Carvalho

7 - Por causa da viola (Marcos Quinan)
Eudes Fraga

8 – Tuando (Marcos Quinan / Eudes Fraga / Aidenor Aires)
Zé Renato

9 - No arrôdeio duma viola (Eudes Fraga / Marcos Quinan / Joãozinho Gomes)
Zé Alexandre

10 - Dor de rio (Eudes Fraga / Marcos Quinan)
- Leitura de "Tueira”, Elegia Carajá - de Aidenor Aires
Pedrinho Cavalero

11 - Boi Malhadeiro (Marcos Quinan / Macaréu / Vetinho)
Ronaldo Silva

12 - Rosavento (Henrique Pereira Alves / Marcos Quinan)
Henrique Pereira Alves

13 – Vazabarris (Marcos Quinan)
Nilson Chaves

14 - Cumo carta (Marcos Quinan)
Tavinho Limma

15 - Minuano (Eudes Fraga / Joãozinho Gomes / Marcos Quinan)
Cláudio Nucci

Tempo total – 46:84



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Arranjos :

Roberto Stepheson, Fernando Merlino, Fernando Carvalho e Eudes Fraga

Produção e Direção Musical - Eudes Fraga
Projeto e Produção Gráfica – Marcelo Quinan e Priscila Barp
Fotografia – Paulinho Dourado
Violeiro - escultura em barro de Marcos Quinan
Produtor Fonográfico – QRC
CNPJ: 05024906/0001-60
Av. Pres. Vargas No. 351, Sala 501
CEP 66010 000
Centro – Belém-PA
Fone: (91) 3225 11 67
E.mail – marcosladodedentro@gmail.com

Gravado em Sistema Digital (24 Canais) de 1999 à 2002 nos Estúdios :

La Cave ( RJ ) por Pedrinho Motta
MM Estúdio ( RJ ) por Marco André / Fernando Rebelo / Luíz Fernando “Grilo”
Art Brasil ( SP ) por Omar Campos
Rio Mix ( RJ ) por Didier Fernan / Carlos Palhares
Estúdio Barra ( GO ) por Rinaldo Barra
O dB – (PR) por Beto Dias
Planeta Stúdio - (CE) por Josiel “Cabeça”
MC Produções – PA por Manoel Cordeiro / Carlos Valle

Mixado nos Estúdios :

Discover ( RJ ) por Guilherme Reis
Rio Mix ( RJ ) por Didier Fernan
Masterizado no Magic Master (RJ) por Ricardo Garcia



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tomo da meada o fio
como rosário
e abro conta a conta
lindando no sertão da alma
em guardança e apego
o tecer de Eudes Fraga
e rezo à lida pelas mãos calmas
de Fernando Carvalho, Merlino e Stepheson
meus irmãos
tomo do fio o tecido
como encanto
e abro retalho a retalho
cantando no sertão da alma
com Joãozinho Gomes, Renato Gusmão
Camilo Delduque, Aidenor Aires
Henrique Pereira Alves, Macaréu e Vetinho
nossas orações
nas contas e fé de: Val Milhomens, Zé Miguel
Amadeu Cavalcanti, Walter Freitas, Vital Lima
Luli e Lucina, Juraildes da Cruz, Eugênio Leandro
Letícia Carvalho, Cláudio Nucci, Zé Renato
Tavinho Limma, Pedrinho Cavalero, Ronaldo Silva
Nilson Chaves e Zé Alexandre.
enlaçadas na liturgia de: Marcus Ribeiro, Eduardo Pereira
André Cunha, Manoel Antônio, Ivan Zandonade
Severo, Neno Silva, Zamma, Saulo Moura
Johnson Joanesburg, Nazareno Silva, Priscila Barp
no amor de Roseli, Marco Antonio, Marina e Marcelo
e no sertão da saudade
de Chico Sena
parceiro de fervor e de sonhos.

MQ


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1 – Sertão da minha alma
(Marcos Quinan / Chico Sena)
Fragmentos do poema Guardança (Marcos Quinan )

De pura guardança
Fica prá quem continuar a lida
Estas cantigas choradas
Com todos os companheiros
Os de labuta
Os de sereno
Os de amor
Os parentes todos
Os filhos que valem mais que ouro
Os parceiros de cantação
De fervor
E os de sonhos


O meu verso surge torto
Dos confins da minha lida
Se endireita lá no norte
Do sertão da minha alma

Vozes – Val Milhomem / Zé Miguel / Amadeu Cavalcanti /Joãozinho Gomes
Arranjo – Eudes Fraga
Caixa de Marabaixo – Neno Silva
Pandeiro - Zamma


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2 – Pitunaipy
(Marcos Quinan / Renato Gusmão)

Caramossê aracy
Aceçapê
Caaetê
Abé acacoabapoã
Endi coemaetê
Nungara coaracy
Rendi piranga
Abaeté
Oabá
Caiuá
Acopir
Oby
Onhyrõ eté

Coyabê jacy rendy
Maenana
Pitunaipy

Tradução:

Ao anoitecer

Quando a mãe da luz
Alumiar a mata verdadeira
Também a correnteza de um rio
Luzir na manhã clara
Igual réstia de sol vermelho
O verdadeiro homem
Habitante da mata
Trabalhará na terra azul
Assim a luz da lua vigiará
A paz real
Ao anoitecer.

Voz – Walter Freitas
Arranjo – Fernando Carvalho
Violão e viola de 12 – Fernando Carvalho
Violino – André Cunha
Viola – Ivan Zandonade
Cello – Saulo Moura
Flauta – Roberto Stepheson


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3 - Santas mãos
(Marcos Quinan)

Da terra mãe
O barro que as mãos tangem
Em uníssono com o coração
É quando sou barro
Quando sou mãos
Francisco, Maria
Pais de mãos
Barros são Arcanjos, Genaros
Antônios e Joãos
Fátimas, Lurdes, Auxiliadoras
Luzias, Mestras Alegrias
Nascidas do mesmo barro
Também pais das minhas mãos


Voz - Vital Lima
Arranjo de base - Eudes Fraga
Arranjo de cordas - Roberto Stepheson
Violão - Eudes Fraga
Cello - Marcus Ribeiro
Viola - Eduardo Pereira
Violino - André Cunha


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4 - Abrigo para um violeiro andante
(Marcos Quinan / Eudes Fraga / Joãozinho Gomes)

Remadô que lá disponta
Antes que incoste a canoa
Grite alto a vossa graça
Que esta beira né atoa

Riberim que aí pergunta
Minha graça é violeiro
Tô chegando nesta beira
Prá fugi do tempo feio

Remadô que lá disponta
Vens de onde vais prá onde
Se és do bem seja bem vindo
Se és do mal não me responde

Riberim que aí pergunta
Venho lá do Ri Vermelho
Vou levando esta canoa
Para os ris do mundo inteiro

Remadô que lá disponta
Sendo vós um violeiro
Só te dou o meu abrigo
Se me deres teu ponteio

Riberim que aí pergunta
Só não toco por dinheiro
Mas em troca dum amigo
Já toquei por cem janeiro

Remadô que lá disponta
Não te espanta com meu zelo
Se eu te faço estas pergunta
É por medo do estrangeiro

Riberim que aí pergunta
Eu compreendo teu receio
Vou levando esta canoa
Para os ris do mundo inteiro


Vozes – Luli e Lucina
Arranjo – Fernando Carvalho
Violão e viola de 12 – Fernando Carvalho
Cello – Saulo Moura
Viola – Ivan Zandonade
Violino - André Cunha
Flauta – Roberto Stepheson
Percussão - Zamma



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5 - Braço de rio
(Marcos Quinan / Camilo Delduque)


Aonde o boto infesta
A barriga da fome
Sem nome
É um sorriso uma festa
O rosto morto frio
Um fio de vida
Um rio que abraça
O pito a seresta
Vigora agora e sempre
O barranco de barro branco
Canto de bem amar
Encanto de maresia
Quedado suspiro de gravidez
Expiação de desejos
Ensejo de espumas
Inspiração de barcos
Braço de rio
Mão de morte
Dedos afoitos desta viola
Timbó de alegria
Ensejo de amar o mar
Ensejo de amar o mar

Vozes – Juraildes da Cruz e Eugênio Leandro
Arranjo – Fernando Carvalho
Violão e viola de 12 – Fernando Carvalho
Percussão - Zamma


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6- Sua voz
(Fernando Carvalho / Marcos Quinan)

Quando a sua voz
Ecoar no rio, sob o luar
Hora de voltar
Descansar os remos
Então sonhar
Entre abraços seus
Outras travessias
Quando seu olhar
Despedir do meu
Pela manhã
No velho cais
Hora de partir
Preamar que é rumo
De todo dia navegar
Procurar
Onde nasce os rios
Só pra te contar
Depois ouvir
Em loas sob o luar
Pela sua voz
Nascer um rio
E o nosso amor
A se acaldalar
Feito afluentes
Se juntando em águas
Pra correr
Num leito só
Sem a solidão
Que passou um dia
Rente a proa
Da minha canoa
Quis entrar
Quase embarcou
Mas foi sua voz
Que a espantou
Cantando
Onde nasce os rios
Onde navegar
Quando atracar
Entre os braços seus
Quando navegar
Em abraços seus
Quando navegar...

Voz – Letícia Carvalho
Arranjo – Fernando Merlino
Piano elétrico – Fernando Merlino
Cello – Saulo Moura
Viola – Ivan Zandonade
Violino - André Cunha
Sax soprano – Roberto Stepheson
Percussão - Zamma


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7 - Por causa da viola
(Marcos Quinan)

Não se adisculpa não
Meu amigo cantador
Ôce bem sabe que mora
Num coração perdoadô
Se adisponha no sempre
Desse peão servidô
Nóis já plantamo a semente
Agora é coiê as frôr
Enquanto nóis dois vivente
Se adisponha pur favô
E quando se um ausente
Sua falta será dô
Mas sempre fica a semente
Desse um tá amor

Voz e violão - Eudes Fraga
Arranjo - Roberto Stepheson
Cello - Manoel Antônio
Viola - Ivan Zandonade
Violino - André Cunha


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8 – Tuando
(Marcos Quinan / Eudes Fraga / Aidenor Aires)


Vou sozinho e sou muitos
Essa é minha fortaleza
Sangue que vem de longe
No meu corpo se represa
Quem vem da raça que eu venho
Não pode contar fraqueza
Meu canto é fora do tempo
No meu tempo não há pressa
Nos meus mortos vejo o rio
Onde a labuta começa
Bebo um coité de tiquira
Tiro da dor a promessa
Sou um aprendiz da esperança
Um velho menino eu sou
Faço da fé minha lança
Simplesmente
Sou o que sou

Voz – Zé Renato
Arranjo - Roberto Stepheson
Violão – Eudes Fraga
Cello – Saulo Moura
Viola – Ivan Zandonade
Violino - André Cunha
Percussão - Zamma


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9 - No arrôdeio duma viola
(Eudes Fraga / Joãozinho Gomes / Marcos Quinan)


Se parecer assim é comum
Quando a viola toca somos um
Enrosco que o destino fez
Juntar em um todos nós
Nessa cantiga
No arrôdeio duma viola
Se parecer assim é comum
É comunhão
Ponteando notas no coração
Criando acordes na multidão
O mundo nas cordas de aço
É mais do que sonhamos
É mansidão na alma
Quando cantamos
No arrôdeio duma viola
Somos catinga, serrado, floresta
Parceiros da vida
No arrôdeio duma viola
Três pariceiros pela estrada afora
No arrôdeio duma viola
Três pariceiros pela estrada afora

Voz – Zé Alexandre
Arranjo – Fernando Carvalho
Violão e viola de 12 – Fernando Carvalho
Percussão - Zamma


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10 - Dor de rio
Leitura de “Tueira “ Elegia Carajá - de Aidenor Aires
(Eudes Fraga / Marcos Quinan)


Pai conta histórias
Que não sei contar
Pergunta que histórias o rio contará
Araguaia desce ferido
E sem memória
Silêncio irmão
Que o rio vai cantando
Nossa morte
Silêncio irmão
O canto é de dor
A dor é o mote
Canoas emborcadas
Na beira do rio
Na beira do rio
Na beira
Na flecha do meu grito Carajá
Me dou ao rio
Na beira
Pai conta histórias
Que não sei contar
Pergunta que histórias o rio contará
Oh Cananxuê
Cala minha dor
Não chores não
Pelos filhos que tenho por nascer
É tarde, não
Nunca é tarde não
Pro rio correr, correr ...

Voz – Pedrinho Cavalero
Arranjo - Roberto Stepheson
Violões – Eudes Fraga
Clarinete – Johnson Joanesburg
Percussão - Zamma


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11 - Boi Malhadeiro
(Marcos Quinan / Macaréu / Vetinho)


Dança meu boi Malhadeiro
Faz Catirina chorar
Dança meu boi Malhadeiro
Faz Catirina chorar
Diz o Urubu carniceiro
Catirina este boi não vai dar
Diz o Urubu carniceiro
Catirina este boi não vai dar

Ô, ô , ô Malhadeiro
Lembra daquelas toadas
Que mestre Bandeira fazia
E o velho Armerindo cantava
Ô , ô , ô Malhadeiro
Das noites enluaradas
Agora é calçada vazia
Agora é janela fechada

Voz – Ronaldo Silva
Arranjo – Fernando Carvalho
Violão e viola de 12 – Fernando Carvalho
Flautas – Roberto Stepheson
Barricas e pandeiros - Nazareno Silva
Caxixi e ovinho - Zamma


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12 – Rosavento
(Henrique Pereira Alves / Marcos Quinan)


Traga todas as flores do campo
E os vaga-lumes
Leve as marcas do tempo
E os meus queixumes
Deixe só o entardecer

Rosavento dos ventos
De todos os nortes
Rosavento do norte
De todos os ventos

Permita todos os passos
Proteja todos os vôos
Abençoe o chegar
Dê ao suor recompensa
Ao amor galhardia

Rosavento dos ventos
De todos os nortes
Rosavento do norte
De todos os ventos

E dê sonhos pra sonhar


Voz – Henrique Pereira Alves
Arranjo – Fernando Merlino
Piano elétrico – Fernando Merlino
Cello – Saulo Moura
Viola – Ivan Zandonade
Violino - André Cunha
Sax soprano – Roberto Stepheson


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13 - Vazabarris
(Marcos Quinan)

Te canto inselenças
Benditos e ladainhas
Invergadas sementes
Na ponta dos sabres
Das tropas juntadas
Vaza o que guardas
Vazabarris, Vazabarris

Reúne o Conselho
Quilimérios, Antônios
Calutas e Santos
Vaza a História
Descobre Barris

Sementes que enterras
Ruínas que escondes
Entre peixes e cantos
Vaza o que guardas
Junta Barris

Com o choro da terra
O ontem quimeras
Com que hoje enterras
Vaza o que guardas
Vazabarris, Vazabarris

Inselença de silêncios
Nos mantos dos Montes
Inselença de silêncios
Nos mantos dos Montes
Não esquece Brasil
Vazabarris

Voz - Nilson Chaves
Arranjo - Eudes Fraga
Violão - Eudes Fraga
Sanfona - Severo
Moringa / ovinho - Zamma



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14 - Cumo carta
(Marcos Quinan)

Arreceba cumo carta
Cum nutiça e preguntação
Na farta dum pusitivo
Prá levá minhas intenção
Envai miúda toada
Mas sincera de peão

Do ouro que te separo
Apenas com um tostão
Mandei fazer uma medaia
Prendida tá no gibão
Pra lembra sempre do amigo
Nas hora de precisão

Cumo vai a moça frôr
Da ciença a mais bela
Desse oro num separe
Avulie as intenção
Na passada pelo mundo
Num tem outro meu irmão

A Pequena envai bem
Só um pouco istrupiada
Uma gripe intermitente
Amontada e bem danada

Se ôce tá cum sodade
Apruveite a fidarguia
A durmida tá rumada
A sarjeta já varrida
A escova tá no pote
O pote já tá na pia

Paguei tudo os cobradô
Sua ficha tá limpinha
Pode comprar de um tudo
Nesta praça e nas vizinha

Rabo de galo estocado
Isso é pura fidarguia
A viola tá finada
As quenga tirei da fila
Tudo pronto prá fulia
É só manda o aviso
Preu juntá os companheiros
E fazê a canturia

Sobre o oro meu amigo
Aceite orientação
O fácil vale tão pouco
As veis só um tustão
Aproveite a juventude
Garimpe no coração

Recebemo o aviso
Do robo da moça frô
Adisculpe nois num i
Prá fazer a guarmição
Nos de longe tamo perto
Mandando nossa benção

O oro que te separo
Apenas de um tostão
Faz parte dos meus guardados
Pra lembrá sempre do irmão

Voz – Tavinho Limma
Arranjo - Eudes Fraga
Violão - Eudes Fraga
Sanfona - Severo
Triângulo / tam-tam - Zamma


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15 – Minuano
(Eudes Fraga / Joãozinho Gomes / Marcos Quinan)

O sopro do minuano
É um passarinho sem cor
Tão bonito quanto um beija-flôr
Mas não se enxerga a voar
Tal gavião ou condor
Só se escuta o rumor

O sopro do minuano
Mexe as cadeiras do amor
Quando afoito se dana a voar
Leva na cauda o folguedo
Quadrilha do buriti
Boi bunbá do urubu

O dia que ele voar
Prás bandas do norte
Que leve uma prenda
Para o meu amor
Um galho de jequitibá
O som das montanhas
Um sopro de brisa
Para o seu calor
Um botão de rosa
Prá enfeitar uma flor

Surge nas bandas do sul
Atravessa as serras, os gerais
Rodopia fazendo sinais
Nos trieiros se arvora a dançar então

Voz – Cláudio Nucci
Arranjo - Roberto Stepheson
Violão – Eudes Fraga
Violino – André Cunha
Viola – Ivan Zandonade
Cello – Saulo Moura
Percussão - Zamma

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